terça-feira, 30 de junho de 2015

Cristianismo para além dos cristãos - Sobre Igreja e Homossexualismo: Em busca da solução






Quanto a isso podemos dizer que, independente de o homossexualismo ser uma questão fisiológica, psicossocial, antropológico-cultural, e outras coisas, precisamos ter em mente apenas que a discórdia é fruto da liberdade e que a solução está, justamente em se delimitar os terrenos politicamente, como se fossem duas nações distintas. Mas não querem delimitar fronteiras, mas invadir o terreno do outro. Contudo é preciso entender que tanto gays como igreja são pessoas e que somos regidos, politicamente por uma democracia que, ao menos no papel, deve garantir direitos a todos sem distinção. 

Bom, como já sabemos, é notório o antagonismo entre o que o cristianismo entende por comportamento sexual sadio e, naturalmente a prática homossexual. Sem traumas, por um lado a ideologia cristã deve manter-se fiel a este princípio, o que é concordante com a razão, e, aqui expresso minha opinião como cristão. Mas, por outro, as minorias devem ser também assistidas de igual modo, juridicamente.

Entretanto, como filósofo entendo também que o direito dos homossexuais, naquilo que não venha interferir nas práticas e ideologias de qualquer outro segmento da sociedade deve, de igual ser respeitado e garantido. Dessa forma, não vejo conflito se ambas as partes respeitarem as limitações da outra sem querer impor a aceitação, uma vez que isso fere o princípio maior de liberdade. Assim, a igreja não tem a obrigação de aceitar o homossexual e nem o homossexual de aceitar os estatutos da igreja. O problema é que ambos querem se aceitar e serem aceitos pelo outro, não se trata apenas, de uma questão de direitos civis, é uma questão de amor. A igreja ama o homossexual e quer o melhor que acha para ele, por outro lado, o homossexuais veem no cristianismo um poder que os afirme de fato como pessoas dignas do reino dos céus. Me parece que os homossexuais precisam mais do reconhecimento da igreja de que são filhos de Deus do que o do Estado. 

Um outro ponto de tensão, penso eu que, o embate maior não é quanto ao casamento legalizado, mas a adoção de filhos por pares homossexuais. Neste caso, dou meu parecer que, talvez, seja possível a adoção desde que por crianças crescidadas, que já tenham sua sexualidade definida e que entenda e aceitem viver num lar não tradicional.

É possível o consenso em qualquer disputa, desde que ambas as partes comecem a ceder naquilo que, pode ser considerado menos importante diante da conquista de um direito maior.

De qualquer forma, a discussão está longe de terminar, ainda que a posição da igreja tenha perdido força -o que é uma tendencia inevitável, e a igreja sabe disso - até mesmo dentro das maiores denominações - estas evangélicas - em que há já inúmeras adesões em favor da união homo afetivas. 

Por fim, e aqui fica uma palavra cristã, Cristo nunca entrou nesta questão e nem em muitas outras. Isso faz com que o cristianismo seja maior que as instituições que acreditam ter o seu monopólio. Somente o cristianismo tem o poder de abraçar TODOS os pecadores ao que se diz: "vinde como estás". Tanto a razão como o auxílio do Espírito divino atuam na determinação do arbítrio para promover no ser humano a transformação para o bem, e, isso é testificável pelo Espírito no espírito em um ato inteiramente subjetivo, ou seja, somente Deus pode saber quem são seus filhos escolhidos. Deste modo, para o cristianismo, a discussão sexual é irrelevante por ser uma prática externa e, biblicamente, um ato de pecado assim como todos os nossos atos, sejam mentira, roubo, relação sexual hétero, e infinitos outros. Assim, pois, quando resumimos ao mesmo denominador comum percebemos que, somos TODOS pecadores e destituídos estamos de sua glória. Cabe, portanto unicamente a Deus o poder de julgamento e de aperfeiçoamento moral do ser humano. Portanto, a igreja não pode negar alimento espiritual a nenhum ser humano ainda que se mantenha o rigor de seus estatutos. 

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