domingo, 19 de março de 2017

Livro Virtual: ENSAIOS FILOSÓFICOS PARA O SÉCULO XXI - A relação entre os conceitos de espaço, tempo, movimento, corpo, força e energia e sua origem no pensamento

Esboço Geral


O não não-ser é também não-ser além de ser! 

Essa é minha filosofia, ou seja, a lógica e a ilogicidade que se identificam nos discursos devem ser considerados como construtivos em seu antagonismo. 

A história do desenvolvimento do pensamento é o Logos nos explicitando algo ainda que as individuações - que são o seu contraditório - queiram demonstrar que não.


                                                  


Introdução


Ao longo da história do pensamento - que é o próprio desenvolvimento do pensamento - diversos enlaces foram construídos, os quais procurarei aqui desfazer, equívocos que levaram à equívocos, mas que no final das contas nunca foram equívocos, mas proposituras do pensamento universal em diálogo contínuo com as individualizações que o manipula.

Por isso, a doxa, que está diretamente ligada à tradição do senso comum, se impõe como norte que articula para o interesse antagônico, para o conflito gerador.

Este desconstrir equívocos é um construir novos, sem críticas, mas com assimilação das inúmeras visões de mundo, filosofias, teorias científicas, religiosas, etc. trata-se da convergência definitiva do pensamento com a individualização por meio da linguagem.

Talvez o meu esforço aqui seja apenas um passo inicial rumo a este alvo, a saber que, uma vez entendida a saturação da linguagem, possamos enfim considerar os conflitos das individualizações (movimento das opiniões de cada indivíduo racional) como possibilidade de uma consolidação do mútuo e múltiplo entendimento num campo dialogal concordante apesar das diferenças.

A humanidade precisa em fim concordar e isso só será possível se entendermos o movimento de uma dialética sem síntese final dada, mas que, seu resultado já está presente no conflito mesmo, no próprio movimento dialético, o qual, nunca foi e nunca será formalmente lógico.


Entender a ilogicidade da linguagem e toda sua ambiguidade me parece ser um caminho inicial. Para isso, um breve levantamento da filosofia analítica nos ajudará a compreender esta problemática para que possamos, a partir disso, buscar sua solução, ainda que não haja  a mínima necessidade disso.

Assim, o primeiro passo é extinguir de nossa consciência a expressão "é lógico que isso ou aquilo é assim ou daquela maneira", ou seja, é colocar no museu de nossas memórias esse "é lógico", uma vez que não fazemos a mínima ideia do que "é" e do que seja o "lógico".


Foi a ambiguidade da linguagem que construiu o mundo que conhecemos e como conhecemos e hoje esta ambiguidade se mostra em seu estado mais claro, evidente e indubitável apesar de esconder também grande obscuridade. Tal obscuridade é o que mantém o seu aspecto criativo e que nos faz imaginar que amanhã tudo que aqui esteja sendo dito possa ser desconstruído. Porém, tenhamos em mente que mesmo esta desconstrução prevista e profetizada mantém perpétuo este escrito como prova de toda construção a partir dos conflitos, ou seja, a tese deste escrito é que ele deve ser contestado e superado, e, isso é o que o torna insuperável.

Assim, muitos filósofos pensaram, talvez, que neles se findaria toda a profundidade do pensamento. Mas somente quando há o reconhecimento dessa superação vindoura, como é o caso aqui, é que podemos reivindicar a supremacia e o ápice final do pensamento, ou seja, eu posso me orgulhar por desenvolver um projeto final para a filosofia pelo fato de admitir, nesta filosofia, a sua superação, mas uma superação dentro de toda sua profundidade. Assim, ser contestado é o que provará em todo tempo vindouro a tese que aqui se levanta, a saber, que  não há padrão na linguagem que a conduza a uma lógica definida, mas que isso já é sua lógica e sua contestação é seu movimento eterno, logo é o movimento dos contrários que se mantém como revelador das coisas finitas aos moldes de Heráclito sim, mas com uma roupagem universal e chancela de toda tradição filosófica, apesar dos pensadores não terem se dado conta que sempre fizeram parte de um processo e sempre seremos parte deste processo.


Após esta noção





O que me move a escrever acerca destes conceitos é toda interrogação que ainda os cerca, mesmo nas ciências empíricas, uma vez que a física, por exemplo, nasce de proposições filosóficas e permanece mergulhada em teorias que dentro de suas metodologias encontram-se sem comprovação expressiva.

Deste modo, essa lacuna no campo do conhecimento permanece em toda história do pensamento humano, fato que nos permite adentrar nessas investigações sem medo e apenas por mero esforço teórico, ou seja, filosofando, fazendo o pensamento se debruçar sobre si mesmo para dar conta de seus conceitos.

Eu poderia, naturalmente, iniciar este estudo fazendo um levantamento histórico-filosófico de cada conceito numa analogia com os eruditos da física. Porém, deixarei para um segundo momento este levantamento por entender a urgência que temos para pensar agora estes conceitos e contribuir assim, desde já, com a filosofia e, por que não também, a ciência.

Porque um Livro Virtual?

Simples!!
Por causa dos custos para se editar um livro com todas as burocracias, distribuição, etc.;
Além disso, o acesso que poucos teriam ao meu pensamento apenas por meio da obra editada.;
Pela facilidade de se estar diretamente tendo o freedback dos leitores no momento mesmo em que estou escrevendo, com suas críticas e contribuiões;
Pelo fato de poder inserir vídeo explicativo daquilo que estou produzindo;
Dentre outros motivos que poderei estar acrescentando aqui...


É quase que unânime a opinião de que estes conceitos ocorram instantaneamente e estejam ciclicamente ligados a ponto de não conseguirmos estabelecer se algum é causa do outro. Então, nossa primeira busca aqui será estabelecer como estes conceitos acontecem no pensamento. Será que tempo e espaço são, como estabeleceu Kant, as intuições primeiras, as quais nos permitem conhecer o mundo? Como se dá portanto esta relação quando consideramos o conceito de movimento? Nossa tese, portanto é a de considerar o movimento como conceito que nos revela ao pensamento os demais. Para isso se faz necessário uma busca unicamente no movimento do pensamento. Entretanto, para isso se segue que será o nosso pensar o mundo que vai nos remeter a pensar o pensamento e não o caminho inverso. Logo, vale a concepção kantiana inicial de que o conhecimento se dá primeiramente no âmbito empírico, apesar de não ter seus fundamentos naquilo que é empírico, mas transcendente, a saber, no apriorismo da razão.

A título de terminologias não me utilizarei do termo razão, mas pensamento para esta análise por entender que pensamento já engloba em si os conceitos de razão, entendimento e juízo.

Inevitavelmente entrarei nas discussões acerca da lógica e da linguagem naquilo que remete às competências da filosofia analítica sobre a tese de que a lógica da lógica é ela não ter lógica uma vez demonstrada a ambiguidade da linguagem e com isso procurar entender onde o conhecimento quis ou quer nos levar. A abertura linguistica se dá em seu fechamento, a concepção do devir e da própria definição de tempo alinhados com o conjunto de conceitos produzidos pelo pensamento humano. resta-nos saber se o pensamento é escravo da linguagem e deve procurar reorganizá-la propondo a si mesmo novas compreensões de seus conceitos produzidos a partir do senso comum ou se a linguagem é, ao contrário disso, uma entidade (O verdadeiro Gênio maligno de Descartes) que nos engana, a qual promove através de nós o desenvolvimento da espécie ao mesmo instnte em que nos engana debochando de nós ao contradizer-se e conflitar-se em suas definições.


Segundo Berkeley, minha maior influência no cenário filosófico,

"Obviamente, então, é inútil estabelecer a gravidade ou a força como princípio do movimento, pois como esse princípio poderia ser mais claramente conhecido, se é caracterizado como uma qualidade oculta? O que é oculto nada explica. E não precisamos dizer que uma causa ativa desconhecida poderia ser mais corretamente chamada de substância do que de qualidade. Além disso, força, gravidade e os termos dessa espécie são utilizados amiúde de forma concreta (e, desse modo, são utilizados corretamente) para conotar o corpo em movimento, o esforço de resistência etc. Mas quando eles são empregados pelos filósofos para exprimir certas naturezas talhadas e abstraídas de todas essas coisas, naturezas que não são objetos dos sentidos, eles não podem ser compreendidas por qualquer poder do intelecto e nem concebidos pela imaginação e, assim, originam o equívoco e a perplexidade".(BERKELEY, De Motu).


Eu digo sem receio que o maior debochador da física da história é o filósofo George Berkey, embora eu defenda uma filosofia sem críticas e, sim de convergencias, a qual deve procurar entender até as críticas, percebemos neste escrito palavras que continuam ecoando no tempo de maneira que, ainda hoje, não puderam ser refutadas. Quando diz, por exemplo que" nenhuma força torna-se por si mesma cognoscível, exceto pela ação, e é por esta última que a força é medida; mas não somos capazes de separar a ação de um corpo de seu movimento" (Berkeley, De Motu).


A tônica que permeia este trabalho é o engano que as palavras nos transmitem pelo pouco ou quase nenhum sentido que entendemos delas quando sairmos do plano geral e entramos na investigação mais precisa dos termos.

A complexa relação entre coisas e ideias que temos das coisas nos abriram inúmeras portas, mas cada vez mais entendemos, menos entendemos o mundo. Essa definição foi aberta ao mundo com o advento do idealismo, já presente nos antigos filósofos, mas que tomou sua forma mais clara e profunda na modernidade.

Após separar que a origem do movimento não está nos corpos, Berkeley afirma que:" Uma coisa ativa e pensante é dada a nós de tal forma que a experimentamos como o princípio do movimento. A isso chamamos alma, mente e espírito." (BERKELEY, De motu)

onde o pensamento chegará com a linguagem? Ou onde a linguagem quer levar o pensamento?




Uma breve reflexão dos conceitos de nossa linguagem que são apreciados pela física têm me levado conduzido a considerar que são cinco os termos principais que se encontram intrinsecamente ligados em sua origem e que juntos, podemos assim dizer, coordenam toda ciência do pensamento acerca da natureza, são eles:  força, energia, movimento, espaço, tempo e corpo.
Aqui, pois, preciso esclarecer que não me interessa saber sobre a existência efetiva de tais conceitos, mas conhecer na simples noção que temos dos mesmos as sua disposições causais, uma vez que, segundo o idealismo transcendental, não se pode determinar  – ainda – a existência efetiva das coisas. Entretanto, não podemos negar que pensamos e que o pensamento se entende como real e existente, justamente por movimentar-se ao pensar. Ora, ou admitimos que o existir é o pensar (Descartes) ou que o fato de pensar não traz nada à existência (Kant), não podemos negar este movimento que tudo move, o pensamento. Contudo, temos ideias das coisas e formamos destas conceitos os quais se tornaram verdadeiros no senso comum, e realmente o são (Tomás de Aquino), isto é, para que nos compreendamos e compreendamos o mundo, ao menos em parte, uma base da linguagem devemos ter de maneira universal como necessária à comunicação e entendimento fenomênico, o que torna, de certa forma, o conceito verdadeiro em sua referência ao objeto, onde esta união é, aos moldes de Hegel, absoluta, a saber, o conceito como união da ideia e do objeto. Com efeito, percebamos que o pensamento existe enquanto única referência possível do existir ao passo que também não se reconhece como existência suprema, mas apenas como referencial desta última, e que, é também, verdadeiro na sua função de produzir conceitos para comunicação. De maneira que o pensamento existe porque existem coisas a serem pensadas e isso é a existência se quisermos definir este conceito e, acredito que já é hora de o fazermos, muito próximos à Hegel, porém não tão utópico. E  que isso, não soe como crítica, mas como acréscimo.
Assim, por definição o pensamento não é “a existência”, pois não podemos aferir à sua auto origem, para que enfim pudesse ser perfeito, mas é ele que aponta para o existente.
Daí que, apesar do desenvolvimento da linguagem nas ciências em geral ter alcançado notória profundidade – e por isso a sua saturação – uma base inicial e comum é necessária para a comunicação universal tanto do leigo como do mais profundo erudito físico.
Portanto, temos no produzir dos conceitos no pensamento uma certa expectação afirmativa de algum tipo de existência, uma existência para nós e em nós. Assim, é nessa pseudoexistência conceitual que, por força da causalidade, procuro entender os conceitos de força, movimento, energia, tempo, espaço e corpo.

Ora, por força do próprio exercício do pensamento, basta estar vivo para isso – talvez – sabemos que nada está definitivamente estático, o que demonstraremos mais adiante com a própria lei da entropia, o que demonstrarei aqui, com base nisso, e por esforço unicamente teórico é tão somente o princípio da relação que há entre estes conceitos supra citados.
Eu poderia partir, de início e sem atropelos, do conceito de movimento como causa determinante formal para os demais, porém, para que haja o movimento temos que admitir um corpo dotado de energia e força que percorra determinado espaço, bem como num determinado tempo.
Contudo, como o que trato aqui é a origem das ideias de energia, tempo, espaço, corpo e movimento em suas disposições causais, se analiso bem, uma atenção filosófica me faz entender que o que ocorre é que o espaço sem corpo movendo-se não me dá a sua ideia, ou seja, a pura ideia de espaço não me dá nenhuma outra, do mesmo modo que um corpo no vazio não me traz nenhuma outra ideia que não seja espaço e tempo, apesar de no conceito de tempo estar relacionado mais que com os outros a ideia de movimento.
Por conseguinte, se um corpo não se move sem uma força que o mova, e se há força é porque nela há energia, e se se move se move num espaço gerando com isso um tempo. De modo que, e aqui peço a atenção do leitor que, se penso a energia, logo ela “é”, do mesmo modo a força, o espaço, o corpo, o espaço. Ora, se penso estas ideias isoladas as penso no movimento do pensamento o qual contem em si energia e força. Logo, o movimento do pensamento me mostra o tempo, ou seja, se penso, algo se passa em mim, e, se está passando, se mostra um tempo, a saber, aquilo que passa. Assim, é o movimento que contém em si o tempo e não o tempo que está no movimento. Isso, unicamente quando tomo o meu pensamento como referência para estes princípios. Resta-nos saber, se assim como as coisas externas o pensamento é um corpo e se ocupa um espaço. Ora, se o pensamento é movimento e tempo no movimento, o espaço é pensado como algo fora dele, bem como o corpo.
Ao que me parece, o movimento é um movente autônomo que por mover-se produz tempo e se se move é dotado de certa energia a qual pode ser denominada vida. Resta-nos saber se é corpo num determinado espaço conduzido por alguma força.
Este é o ponto. Será que para o pensamento devemos adotar os padrões da experiência percebida empiricamente, ou o pensamento a si mesmo se basta para dar conta da origem destas ideias?
A energia ou força pode ser entendida como corpo? Penso que não. Pois, há corpo animado e inanimado, porém, há energia em todos. Disso discorre que o conceito de vida, na natureza não é compatível com o de energia, como ocorre no pensamento, uma vez que nada no pensamento pode ser considerado como inanimado.

Por isso, não podemos ser uma unidade absoluta, ou seja, há sim um sujeito subjetivo e uma natureza objetiva. Porém na relação destes há completude, logo se volta o movimento absoluto, mas não fantasioso, onde a unidade das partes mantem a singularidade de ambas.
Nesse ínterim, me parece que a consciência também parece expandir-se “infinitamente” enquanto vivemos, logo o pensamento para mover-se, aos moldes das observações empíricas, deveria mover-se num determinado espaço, juntamente com o armazenamento das memórias que os comporte ou posso considerar ainda que o pensamento seja espaço que a si mesmo comporte enquanto se pensa, ou seja, o pensamento, além de movimento e tempo é também espaço que se expande na medida em que se pensa. Ms não pode ser um espaço maior que o pensamento mesmo, mas um pensamento de espaço absoluto.





Sobre o Finito

A infinitude daquilo que passa (tempo)

resta-nos definir o que é que delimita a parte, ou seja, o que é o finito dentro e composto elo infinito.

A parte contém o infinito de seu todo e é parte infinita do todo do espaço que se insere!












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