sexta-feira, 10 de julho de 2015

Project Morpheus, óculos de realidade virtual do PS4, sai no início de 2016

04/03/2015 16h41 - Atualizado em 04/03/2015 16h49

Project Morpheus, óculos de realidade virtual do PS4, sai no início de 2016

Novo protótipo do acessório foi demonstrado durante a feira GDC, nos EUA.
Modelo tem display maior, de OLED, com taxa de atualização de 120hz.






Durante o encontro de produtoras e desenvolvedores de games, que termina nesta sexta-feira (6), a Sony também demonstrou um protótipo mais recente do Morpheus. O novo modelo tem display OLED de 5,7 polegadas, contra a tela LCD de 5 polegadas que o G1testou na E3 2014, e uma taxa de atualização de quadros de 120hz, o dobro do anterior.
Essas segunda melhoria, em particular, permite que o acessório exiba imagens com menos atrasos em relação aos movimentos do jogador e ao olho humano, o que é essencial para aumentar a imersão e a fidelidade da experiência com os óculos.
"Nosso objetivo com realidade virtual é entregar uma sensação de presença, fazendo com que o jogador sinta como se estivesse entrado dentro do mundo do jogo", diz Shuhei Yoshida, presidente global da Sony Computer Entertainment. "O novo protótipo do Project Morpheus nos deixa mais perto desse objetivo, ao melhorar a experiência visual e a precisão de movimento, ambos críticos para atingir nossa sensação de presença".
O novo Morpheus tem ainda três luzes adicionais de LED para captar os movimentos dos jogadores e um design aprimorado, tornando-o mais fácil de encaixar e tirar da cabeça. De acordo com a Sony, mais informações sobre os óculos e games de realidade virtual serão mostrados na feira E3 2015, que acontece em junho, em Los Angeles (EUA).

 http://g1.globo.com/tecnologia/games/noticia/2015/03/project-morpheus-oculos-de-realidade-virtual-do-ps4-sai-no-inicio-de-2016.html

domingo, 5 de julho de 2015

Hume: crente ou cético?




Diversas controvérsias são levantadas com relação a crença dos filósofos em Deus. 
Não é diferente com relação ao cético Hume. Mas seria Hume, verdadeiramente um cético? 
Em momentos como na introdução de História Natural da religião, onde o filósofo afirma que  "todo o plano da natureza evidencia um autor inteligente, e nenhum investigador racional pode, após uma séria reflexão, suspender por um instante sua crença em relação aos primeiros princípios do puro monoteísmo e da pura religião". Daí é comum de imediato comentaristas buscarem a célebre desculpa de que, para fugir das acusações de apóstata, herege, blasfemador, etc, ele teria usado subterfúgios que amenizaram a ira popular e dos religiosos para assim adquirir disfarçadamente crédito com seus escritos ou coisas deste tipo. O mesmo se conjectura acerca de Descartes e outros pensadores. A questão é que muitas vezes, ou, quase sempre, os leitores não se satisfazem apenas com a ciência que o autor faz em seus escritos, mas se quer ir além, por não se saber diferenciar o homem de sua obra. Outro equívoco é não entender que, muitas vezes, filósofos adotam uma postura de meio termo, já devido suas vastas investigações, ao que se conclui, na maioria dos casos de bom senso que, suas teorias não detém a máxima verdade absoluta. Outro fascínio entre os filósofos é o de poder dar conta do conceito de Deus e desenvolver uma teoria sustentável que conteste ou que prove tal conceito, coisa que Kant pode fazer, segundo nossa leitura, com maestria dentro de suas pretensões sistemáticas, tanto contestando como criando uma nova prova para dar conta de tal conceito. 
Assim, qual seria o impedimento de um autor se contrapor a si mesmo em seus escritos, de crer em um momento e em outro descrer? Qual seria o problema em querer ocultar verdadeiramente sua crença ao invés de tentar camuflar a sua descrença? Portanto, o argumento que se pensa quando o filósofo insere certa alusão a crença em uma divindade é por motivos meramente escapatórios pode, de igual modo ser aplicado, também, a sua pretensa maneira de contestar a divindade para adquirir crédito e prestígio entre os eruditos, principalmente, os de inclinação avessa a religião, mas que, ainda faltavam-lhes solidez teórica. 
De uma maneira ou de outra, isso é, para nós irrelevante do ponto de vista de que o crédito a obra não pode ser pesado com um critério de achismo da opinião real do filósofo, ou seja, em nada podemos reduzir o mérito e a autoridade da obra de um autor em cima apenas de especulações acerca de sua opinião particular, de suas crenças próprias, ao que é preferível que suspendamos tais indagações que em nada contribuem para o acréscimo de nosso conhecimento acerca de sua obra, ao que parece, com tais discussões, quererem nos distanciar do foco principal que o filósofo queria nos situar de fato.

sábado, 4 de julho de 2015

A Via Nula

Deve existir, pois, uma via da não vontade divina e do agir independente do homem.
Nesta via Deus se abstem de determinar sobre a vontade e aí nasce a fatalidade, o acidernte, o erro.
a via da nulidade é um momento entre o espaço-tempo, uma vez que estamos falando de fatos que ocorrem no mundo, em que não há nenhuma espécie de determinação, nem por parte do homem e nem por parte de Deus.
Na via nula cabe somente a revelação de toda pequenez humana, o mistério. O mistério ocorre quando todas as possibilidades racionais são sucumbidas ou meramente desprezadas por seus agentes, o que esta excesão a regra pode ocasionar é um mistério. Mistério enquanto possibilidade do acontecer algo, imparcial, ou trágico.Deste modo o fazer humano é sempre intransferível e intransponível, mas, contido pode ser ajustável.

Deus para Ludwig Wittgenstein



"Que sei eu acerca de Deus e do sentido da vida? Sei que este mundo existe; que estou colocado nele como meu olho em seu campo visual; que há algo de  problemático,  que  chamamos  seu significado;  que  este  significado  não  está  nele,  mas fora dele; que a vida é o mundo; que minha vontade penetra o mundo; que minha vontade é boa  ou  má.  Portanto,  que  o  bem  e  o  mal  de  algum  modo  estão  conectados  com  o significado do mundo. Ao significado da vida, isto é, ao significado do mundo, podemos chamá-lo  Deus  e  conectar  com  isso  a  comparação  de  Deus  com  um  pai.  Orar  é  pensar acerca do significado da vida. Não posso sujeitar os sucessos do mundo à minha vontade: careço por completo de poder... Se a boa ou má vontade afeta o mundo, só pode afetar as fronteiras  do  mundo,  não  os  fatos;  isso  não  pode  ser  figurado  pela  linguagem,  mas  só mostrado na linguagem" (Schriften I, p. 165-166)

quinta-feira, 2 de julho de 2015

A Doutrina da Providência segundo Calvino





Em suma, Agostinho ensina reiteradamente que, se algo é deixado à sorte, o mundo revolve ao léu. E visto que ele estabelece em outro lugar que tudo se processa em parte pelo livre-arbítrio do homem, em parte pela providência de Deus, contudo pouco depois deixa bastante claro que os homens estão sujeitos a esta, e são por ela governados, uma vez ser sustentado o princípio de que nada há mais absurdo do que alguma coisa acontecer sem que Deus o ordene, pois doutra sorte aconteceria às cegas. Razão pela qual até exclui a contingência que depende do arbítrio dos homens, asseverando, ainda mais claramente logo depois, que não se deve buscar qual é a causa da vontade de Deus. Quantas vezes, porém, é por ele feita menção do termo permissão, como se deva entender que isso se evidenciará perfeitamente de uma passagem onde ele prova que a vontade de Deus é a suprema e primeira causa de todas as coisas, já que nada acontece a não ser por sua determinação ou permissão. Certamente, ele não imagina Deus a repousar em ociosa torre de observação, enquanto se dispõe a permitir algo, quando intervém uma, por assim dizer, vontade presente, de qualquer modo não se poderia declarar como causa.

João Calvino. Institutas.


LIVRE-ARBÍTRIO E RESPONSABILIDADE DE ADÃO - João Calvino





8. LIVRE-ARBÍTRIO E RESPONSABILIDADE DE ADÃO Portanto, Deus proveu a alma do homem com a mente, mediante a qual pudesse distinguir o bem do mal, o justo do injusto, e, assistindo-a a luz da razão, percebesse o que se deve seguir ou evitar. Razão por que os filósofos chamaram a esta parte diretiva to ehgemonikon [to hçgemonikon – o dirigente]. A esta mente Deus associa a vontade, em cuja alçada está a escolha. Nestes preclaros dotes exceleu a primeira condição do homem, de sorte que a razão, a inteligência, a prudência, o julgamento não só lhes bastaram para a direção da vida terrena, mas ainda por meio destes 98. Primeira edição: “Portanto, assim hajamos: subjazem à alma humana duas partes, que, indubitavelmente, convêm ao presente propósito.” 99. Assim Platão em Fedro. 100. Ética, livro VI, capítulo 2. 196 LIVRO I elementos, os homens pudessem transcender até Deus e à felicidade eterna. Então proveu que se acrescentasse a escolha, que dirigisse os apetites e regulasse a todos os movimentos orgânicos, e assim a vontade fosse inteiramente consentânea à ação moderadora da razão. Nesta integridade, o homem usufruía de livre-arbítrio, mercê do qual, caso quisesse, poderia alcançar a vida eterna. Ora, está fora de propósito introduzir aqui a questão da predestinação secreta de Deus, uma vez que não está a tratar-se do que aconteceu ou não pôde acontecer, mas, ao contrário, de qual foi a natureza do homem. Portanto, Adão podia manterse, se o quisesse, visto que não caiu senão de sua própria vontade. Entretanto, já que sua perseverança era flexível, por isso veio tão facilmente a cair. Contudo, a escolha do bem e do mal lhe era livre. Não só isso, mas ainda suma retidão havia em sua mente e em sua vontade, e todas as partes orgânicas estavam adequadamente ajustadas à sua obediência, até que, perdendo-se a si próprio, corrompeu todo o bem que nele havia. Daqui a escuridão tão ingente lançada diante dos filósofos, visto que na ruína procuravam um edifício estruturado e na desarticulação desconexa, junturas ajustadas. Sustentavam este princípio: que o homem não havia de ser um animal racional, a não ser que lhe assistisse livre escolha do bem e do mal. Também lhes vinha à mente que, de outra sorte, a não ser que o homem dispusesse a vida, segundo seu próprio entender, a distinção entre virtudes e vícios estaria anulada. Até aqui, sem dúvida estaria tudo bem arrazoado, se nenhuma mudança tivesse havido no homem.Uma vez que esta mudança lhes foi ignorada, não surpreende que misturem o céu à terra! Mas os que professam ser cristãos, e ainda buscam o livrearbítrio no homem perdido e imerso em morte espiritual, corrigindo a doutrina da Palavra de Deus com os ensinos dos filósofos, estes se desviam totalmente do caminho e não estão nem no céu nem na terra, como se verá mais extensamente em outro lugar.101 Agora importa levar em conta apenas isto: que em sua condição original o homem foi totalmente diferente de toda sua posteridade, a qual, derivando a origem do corrupto, dele contraiu mácula hereditária. Ora, todas as partes da alma, uma a uma, lhe estavam conformadas à retidão, e firme se estabelecia a sanidade de sua mente, e sua vontade era livre para escolher o bem. Se alguém objeta, dizendo que sua vontade fora posta como que em um resvaladouro, porquanto essa sua faculdade de escolha era fraca, para remover suficientemente toda escusa valeu-lhe aquela condi- ção original, pois não era razoável ser Deus constringido por esta lei, que fizesse 101. Primeira edição: “Desvairam, obviamente, de sorte que não atinjam nem o céu, nem a terra, [aqueles,] porém, que, professando-se discípulos serem de Cristo, com cindir-se entre os pareceres dos filósofos e a celeste doutrina, ainda buscam livre-arbítrio no homem perdido e abismado na morte espiritual. Melhor, porém, estas [cousas] em seu [devido] lugar.” CAPÍTULO XV 197 um homem que em absoluto, ou não pudesse, ou não quisesse pecar. Uma natureza desse gênero com toda certeza teria sido mais excelente. Entretanto, vai além de iníquo argumentar categoricamente com Deus, como se estivesse na obrigação de conferir isso ao homem, uma vez que estava em sua vontade dar tão pouquinho quanto quisesse.102 No entanto, por que não quis sustentá-lo com o poder de perseverança, isso está oculto em seu conselho secreto. A nós, realmente nos cabe saber com sobriedade. Com efeito, Adão recebera o poder, se quisesse; não teve, entretanto, o querer, por meio do qual pudesse, porque a perseverança acompanharia este querer. Todavia, não tem escusas quem recebeu tanto que, por seu próprio arbítrio, a si engendrasse a ruína. Aliás, nenhuma necessidade fora imposta a Deus para que não lhe outorgasse uma vontade medial e até passível de cair, para que da queda daquele derivasse matéria para sua glória.


Institutas.