A Política como Vocação
No seu segundo ensaio, A Política como Vocação, é considerada
como política a direção do agrupamento humano, chamado de Estado, o qual é
anunciado como comunidade humana que, dentro de um território, reivindica o uso
da violência física.
Cabe aos homens políticos, uma vez que
os mesmos são os representantes do poder, a administração dos meios materiais
de gestão e também o controle da máquina administrativa. Os políticos exercem
suas funções de duas formas: ou se vive da política ou se vive para a política.
Isso diferencia os que possuem por natureza uma vocação real. O desenvolvimento
da função pública moderna exige funcionários qualificados que possam dar
continuidade à gestão institucional. Na base dessa qualificação está a
racionalização do mundo e a divisão social do trabalho.
O autor esclarece também a natureza de
sentimento do poder e as condições que são exigidas para adquirir o direito de
interferir na História utilizando-se da política, as quais provêm de três
qualidades: sentido de responsabilidade, senso de proporção e paixão.
Weber indica fundamentalmente a
condição ética da política, que está determinada pela ideia de mundo, assim
como a ética da ciência. Afirma a importância desta mesma ideia de mundo ser
precedida da qualidade própria ao homem público, a de responsabilidade pelo
futuro.
A ética da responsabilidade e a ética da
convicção
Coloca a ética da responsabilidade e a
ética da convicção como questão decisiva, que se complementam apesar de
parecerem opostas, analisa as consequências práticas de cada uma,
relacionando-as com o instrumento da violência legítima, o qual é o meio de que
se vale o Estado para efetivar suas intenções.
Para Weber, a ética
da convicção é o conjunto de normativas e valores que ordenam o comportamento
do político em sua esfera privada. Já na ética da responsabilidade é representado
o conjunto de normas e valores que orientam as decisões do político a partir de
sua posição como legislador ou governante. Assim, o político se depara com duas
situações distintas, uma de suas convicções particulares e outra que enfrenta
quando está a frente do governo, com suas dificuldades, limitações e
exigências.
Para Weber cabe àqueles políticos
responsáveis, assim como ocorre com o cientista, se apropriar do código dos valores
considerados válidos e vigentes para legitimar sua posição, com senso de responsabilidade
e proporcionalidade. Deste modo, a distinção que Weber faz entre uma ética da
convicção e uma ética da responsabilidade não concede uma carta branca para que
o político traia suas promessas de campanha, por exemplo, mas ela apenas
reconhece esta necessidade de adaptação às circunstâncias do poder.