Uma das histórias contadas mais famosas da humanidade é a Santa Ceia. Nela, Jesus Cristo e seus apóstolos se reuniram, comeram e… Beberam. Vinho, muito vinho! Mas e se você pudesse provar esse vinho?
Bem, se depender da moderníssima indústria de vinhos de Israel, você poderá praticamente viver essa situação. Isso porque um projeto da Universidade Ariel, na Cisjordânia, está usando testes de DNA para identificar e recriar vinho tomado na época de gente como Jesus Cristo e o rei Davi.
“As nossas escrituras estão cheias de vinhos e uvas. Antes dos franceses começarem a pensar em fazer vinhos, estávamos exportando a bebida. Temos uma identidade muito antiga e, para mim, reconstruí-la é importante. É uma questão de orgulho nacional [para Israel]”, explica Eliyashiv Drori, enólogo da Ariel que conduz a pesquisa, ao New York Times.
Com tanto material para pesquisa, Drori liderou os estudos voltado para o marawi, que também chamado de hamdani, além das uvas jandali. A “perseguição” pelo DNA levou espécies que existiram em 220 a.C.. A condução dessa pesquisa foi guiada por uma referência feita no Talmude da Babilônia.
Reprodução/New York Times
Mas como tudo que envolve a região, a recriação de uvas antigas também não deixa de esbarrar em percalços políticos. Por conta de uma exigência da União Europeia, vinhos feitos na Cisjordânia e nas Colinas do Golã — onde está acontecendo a produção — sejam rotulados como feitos em assentamentos israelenses, não em Israel.
E, ainda, há a questão de disputa de propriedade sobre essas uvas, travada com palestinos. Não a toa, fazendas que venderam uvas para Israel se mantiveram anônimas para não sofrer com possíveis retaliações. A Recanati, produtora dos vinhos, ainda fez menção à origem utilizando a língua árabe no rótulo do vinho feito com o marawi. Mas isso não foi suficiente para acalmar palestinos.
“Como sempre acontece com os israelenses, eles declaram que o falafel, o tahini, o tabule, o húmus e agora as uvas jandali são produtos de Israel. Gostaria de informá-lo que esses tipos de uva são totalmente palestinos e crescem em vinhedos palestinos”, reclama Amer Kardosh, diretor de exportação de uma vinícola local, também ao Times.
Fonte: https://br.noticias.yahoo.com/vai-um-gole-empresa-recria-vinho-tomado-por-jesus-134018059.html
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