quarta-feira, 27 de agosto de 2014

CONHECENDO GEORGE BERKELEY - SUBSTÂNCIA



          CONHECENDO GEORGE BERKELEY - PARTE 2
   (Por Davi Gadelha Pereira – aluno 3º ano de L. Filosofia)

                                          SUBSTÂNCIA

Para Berkeley a substância ou matéria, assim como é confusamente apresentada na filosofia de maneira geral, é inteligível, inconcebível, e, é a própria inpercepção dessa substância que a torna inexistente, pois daquilo que não consigo perceber (que significa ter a idéia mesma de algo), não posso formar nenhuma idéia. Quanto à imprecisão da definição de substância material na filosofia ele diz:
17. Se pesquisarmos o que os filósofos mais precisos declaram que entendem por substância (substratum) material, descobriremos que, segundo eles mesmos reconhecem, não tem mais significado para essas palavras que a idéia de ser em geral, com a noção relativa de estar dando suporte aos acidentes. A idéia geral de ser, parece-me a mais abstrata e incompreensível de todas; e quanto ao dar suporte aos acidentes, isto é algo que, como acabo de observar, não se pode entender no sentido usual dessas palavras. Deve-se, pois, tomar em algum outro sentido; mas não explicam qual deveria ser este. De maneira que, quando considero as duas partes ou ramos que compõe o significado das palavras substância material, convenço-me de que não há um significado claro e diferente agregado a elas. (Berkeley, Princípios do Conhecimento Humano)
É fundamental para Berkeley demonstrar a falibilidade da crença tradicional filosófica na substância e na abstração dos universais, pois, é na investigação primeira destas noções errôneas que são lançadas as bases para o seu imaterialismo. Vejamos:
9. Há quem faça uma distinção entre qualidades primárias e secundárias. Pelo primeiro eles significam extensão, figura, movimento, repouso, solidez ou impenetrabilidade, e número, por este último que denotam todas as outras qualidades sensíveis, como cores, sons, sabores, e assim por diante. As idéias que temos destas não reconhecem ser as semelhanças de qualquer coisa existente fora da mente, ou despercebido, mas eles vão ter nossas idéias das qualidades primárias a padrões ou imagens de coisas que existem sem a mente, numa substância irrefletida que chamamos matéria. Pela matéria, portanto, estamos a compreender um material inerte, substância sem sentido, em que extensão, forma e movimento realmente subsiste. Mas é evidente a partir do que já temos demonstrado, que a extensão, figura e movimento são apenas idéias existentes na mente, e que uma idéia pode ser nada, mas como uma outra idéia, e que, consequentemente, nem eles nem seus arquétipos pode existir em uma impercepcionante substância. Por isso, é claro que a própria noção do que é chamado matéria ou substância corpórea, envolve uma contradição nisso. (Berkeley, Princípios do Conhecimento Humano).
O lugar no qual todas as qualidades estão é a mente, as idéias não existem sem a mente, fora da mente nada poderá ser diferente de como é para nós “pois ter uma idéia é o mesmo que perceber”, assim, a percepção é a própria formulação da idéia,  sua atividade ou ação na mente. Berkeley contesta a existência de qualquer substância não pensante como se apresentou até então, ou seja, para alguns as qualidades ou acidentes subsistiriam em alguma coisa inerte e sem sentido, algo que não se pode saber o que é pelos sentidos, é algo ao qual não temos acesso algum.
PRÓXIMOS TÓPICOS:
3. A MENTE
4. É POSSÍVEL APRIORISMO(Proposto na CRP por Kant) EM BERKELEY?
4.1. ESPAÇO E 4.2. TEMPO


Cor, sabor, extensão, figura, número, movimento só existem na mente, não podendo assim existirem em uma qualquer outra substância não-pensante
Qualidades sensíveis é o que podemos perceber






















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