CONHECENDO GEORGE BERKELEY - PARTE 2
(Por
Davi Gadelha Pereira – aluno 3º ano de L. Filosofia)
SUBSTÂNCIA
Para Berkeley
a substância ou matéria, assim como é confusamente apresentada na filosofia de
maneira geral, é inteligível, inconcebível, e, é a própria inpercepção dessa
substância que a torna inexistente, pois daquilo que não consigo perceber (que significa
ter a idéia mesma de algo), não posso formar nenhuma idéia. Quanto à imprecisão
da definição de substância material na filosofia ele diz:
17. Se pesquisarmos o que os
filósofos mais precisos declaram que entendem por substância (substratum) material, descobriremos que,
segundo eles mesmos reconhecem, não tem mais significado para essas palavras
que a idéia de ser em geral, com a noção relativa de estar dando suporte aos
acidentes. A idéia geral de ser, parece-me a mais abstrata e incompreensível de
todas; e quanto ao dar suporte aos acidentes, isto é algo que, como acabo de
observar, não se pode entender no sentido usual dessas palavras. Deve-se, pois,
tomar em algum outro sentido; mas não explicam qual deveria ser este. De
maneira que, quando considero as duas partes ou ramos que compõe o significado
das palavras substância material, convenço-me de que não há um significado
claro e diferente agregado a elas. (Berkeley, Princípios do Conhecimento
Humano)
É fundamental para Berkeley
demonstrar a falibilidade da crença tradicional filosófica na substância e na
abstração dos universais, pois, é na investigação primeira destas noções
errôneas que são lançadas as bases para o seu imaterialismo. Vejamos:
9. Há quem faça uma distinção entre
qualidades primárias e secundárias. Pelo primeiro eles significam extensão,
figura, movimento, repouso, solidez ou impenetrabilidade, e número, por este
último que denotam todas as outras qualidades sensíveis, como cores, sons,
sabores, e assim por diante. As idéias que temos destas não reconhecem ser as
semelhanças de qualquer coisa existente fora da mente, ou despercebido, mas
eles vão ter nossas idéias das qualidades primárias a padrões ou imagens de
coisas que existem sem a mente, numa substância irrefletida que chamamos
matéria. Pela matéria, portanto, estamos a compreender um material inerte,
substância sem sentido, em que extensão, forma e movimento realmente subsiste.
Mas é evidente a partir do que já temos demonstrado, que a extensão, figura e
movimento são apenas idéias existentes na mente, e que uma idéia pode ser nada,
mas como uma outra idéia, e que, consequentemente, nem eles nem seus arquétipos
pode existir em uma impercepcionante substância. Por isso, é claro que a
própria noção do que é chamado matéria ou substância corpórea, envolve uma
contradição nisso. (Berkeley,
Princípios do Conhecimento Humano).
O lugar no qual todas as
qualidades estão é a mente, as idéias não existem sem a mente, fora da mente
nada poderá ser diferente de como é para nós “pois ter uma idéia é o mesmo que
perceber”, assim, a percepção é a própria formulação da idéia, sua atividade ou ação na mente. Berkeley
contesta a existência de qualquer substância não pensante como se apresentou
até então, ou seja, para alguns as qualidades ou acidentes subsistiriam em
alguma coisa inerte e sem sentido, algo que não se pode saber o que é pelos
sentidos, é algo ao qual não temos acesso algum.
PRÓXIMOS TÓPICOS:
3. A MENTE
4. É POSSÍVEL APRIORISMO(Proposto
na CRP por Kant) EM BERKELEY?
4.1. ESPAÇO E 4.2. TEMPO
Cor, sabor, extensão, figura, número,
movimento só existem na mente, não podendo assim existirem em uma qualquer
outra substância não-pensante
Qualidades sensíveis é o que podemos
perceber
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