quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Acerca do Ideal e do Real na Filosofia de Berkeley e Schopenhauer - Qual a Necessidade de uma Vontade?

Parte - II

Como já foi mencionado anteriormente, Schopenhauer procura desenvolver a sua filosofia tentando unir sujeito-objeto/objeto-sujeito, buscando desconsiderar que exista hierarquia de influencia quanto a estas duas entidades. Tenta então fundir o ideal e o real em uma confusa teoria do conhecimento que assimila elementos kantianos e empiristas além de criar outras possibilidades que são pouco convincentes.

OBJEÇÕES A DOUTRINA DE SCHOPENHAUER SEGUNDO AS PROPOSTAS DE BERKELEY

Quanto ao real e o ser-em-si

Berkeley descarta o real da maneira como se entende na filosofia, como sendo a matéria exterior as representações do próprio sujeito, esta realidade para ele não existe;
Há certo equívoco em pensar que o real seja a coisa-em-si, tal equívoco estava atormentando a tradição filosófica até Berkeley, daí Hume tenta restabelecer o ceticismo, mas é em Kant que se tenta uma maneira de unir ambas as escolas, mas sem sucesso. Schopenhauer adota o mesmo caminho trilhado por Kant;
A coisa representada é para os seus antecessores a possível coisa-em-si, já Schopenhauer cria a vontade para não confundir coisa representada com coisa-em-si;
Não há uma necessidade de haver uma relação ou conexão categórica entre ideal e real a não ser por vaidade filosófica expressa em opiniões de não aceitação;
Berkeley definitivamente aboliu o materialismo provando a impossibilidade de uma coisa-em-si que subsista além de representações ideais pondo fim a este equívoco filosófico, assim uma vez provando-se categoricamente um idealismo sustentável – inclusive com bases empíricas –, já não há mais espaço para tentativas vãs de ressuscitar tal discussão, ainda mais com propostas infundadas;

Quanto à vontade

Para haver vontade naquilo que se entende por este termo na filosofia – E Schopenhauer não se afasta disso, pois sua vontade é uma vontade de querer –, se faz necessário o pressuposto de uma consciência, como pode algo quer e influenciar a consciência do humano sem que esse algo tenha em si mesmo consciência?;
A única vontade que podemos conhecer é a do sujeito que pensa que é ativo;
A vontade Schopenhauer seria em Berkeley inalcançável sem uma mente consciente;
A vontade fundamenta-se em uma consciência e objetiva algo, não pode ser desconhecida e arbitrária, assim como se apresenta na filosofia de Schopenhauer;
A vontade depende da representação para acontecer, ou seja, está subordinada a representação do sujeito que a representa;
A vontade como a conhecemos só se manifesta enquanto representação da ação causada na consciência; se a vontade em Berkeley pertence apenas às mentes que conhecem e percebem, o ser-em-si só pode ser estas mentes (humana e divina) não podendo haver uma vontade arbitrária cosmológica; (Davi Gadelha – 3º ano)

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