Acerca do Ideal e do Real na Filosofia de Berkeley e Schopenhauer - Qual a Necessidade de uma Vontade?
Parte - I
Nas suas considerações em “esboço de uma história da doutrina do ideal e do real” Schopenhauer desenvolve um considerável histórico em forma de um resumo do pensamento moderno a partir de Descartes até Kant - dando a partir daí um salto para si mesmo por não considerar Fichte, Schelling e Hegel filósofos - analisando, segundo sua própria ótica, alguns dos principais autores modernos buscando o ponto problemático comum a todos para que viesse a partir deste ponto comum tentar buscar uma solução. Após uma breve análise em cada autor e de desenvolver algumas criticas, Schopenhauer irá notar que o problema central que emana das discussões filosóficas é no que diz respeito às relações entre sujeito e objeto.
Chega, então, a conclusão de que se faz necessário haver uma união coerente e necessária de sujeito-objeto sem a intervenção de uma divindade (“vontade e onipotência de Deus são a causa direta de todo fenômeno no mundo da percepção intuitiva”), bem como também os panteístas e os céticos até então não conseguiram obter o sucesso satisfatório em suas investigações. Schopenhauer admitirá o idealismo do ponto de vista fenomênico, ou seja, o mundo enquanto nossa representação, mas divergirá quanto à coisa-em-si, pois Berkeley não admitia existência alguma realmente em si mesma, isto é, fora do idealizado, já Kant admitia a existência de uma coisa-em-si que está fora do idealizado, mas que a tal coisa-em-si nós também não temos acesso algum, daí Schopenhauer irá dizer que esta coisa-em-si é a vontade que foi desprezada, ou não notada, ou simplesmente admitida como uma das representações pelos seus antecessores.
Somente vontade e representação são fundamentalmente diferentes na medida em que constituem o contraste básico de todas as coisas no mundo sem deixar nada para trás. A coisa representada e a representação desta são o mesmo; mas apenas a coisa representada, não a coisa-em-si. A última é sempre vontade, qualquer seja a forma na qual aparece na representação. (Schopenhauer, Fragmentos sobre a história da Filosofia)
Aqui ele irá fazer diferença entra coisa representada e coisa-em-si, ou, pode-se considerar que ele introduz dentro da investigação filosófica uma nova coisa-em-si que será em sua filosofia a chamada vontade.
A fonte do problema para Schopenhauer é basicamente a falta de conexão entre o ideal e o real, pois ninguém até o momento teria encontrado uma solução sem recorrer a soluções teístas, e é esse afastamento dogmático teísta judaico que o faz admirar Kant e considerar-se seu sucessor.
Para Schopenhauer muito na filosofia de Berkeley é de “compreensão verdadeira e profunda” chegando a considerá-lo o pai do idealismo, porém para ele Berkeley também “não sabia como encontrar o real”, mas veremos que na filosofia de Berkeley o real não é objetivo a ser alcançado e sim a ser negado, pois o real em Berkeley estará o representativo, ele não procura unir ou relacionar ideal e real, mas provar a impossibilidade do material em si por não podermos avançar além das nossas ideias, considerando como existência real os seres que conhecem e desejam. Schopenhauer está convencido acerca dessa representação fenomenológica ou ideal de mundo, mas simplesmente não aceita – por opinião – a separação dualística entre subjetividade e objetividade. (Davi Gadelha -3º ano)
Nas suas considerações em “esboço de uma história da doutrina do ideal e do real” Schopenhauer desenvolve um considerável histórico em forma de um resumo do pensamento moderno a partir de Descartes até Kant - dando a partir daí um salto para si mesmo por não considerar Fichte, Schelling e Hegel filósofos - analisando, segundo sua própria ótica, alguns dos principais autores modernos buscando o ponto problemático comum a todos para que viesse a partir deste ponto comum tentar buscar uma solução. Após uma breve análise em cada autor e de desenvolver algumas criticas, Schopenhauer irá notar que o problema central que emana das discussões filosóficas é no que diz respeito às relações entre sujeito e objeto.
Chega, então, a conclusão de que se faz necessário haver uma união coerente e necessária de sujeito-objeto sem a intervenção de uma divindade (“vontade e onipotência de Deus são a causa direta de todo fenômeno no mundo da percepção intuitiva”), bem como também os panteístas e os céticos até então não conseguiram obter o sucesso satisfatório em suas investigações. Schopenhauer admitirá o idealismo do ponto de vista fenomênico, ou seja, o mundo enquanto nossa representação, mas divergirá quanto à coisa-em-si, pois Berkeley não admitia existência alguma realmente em si mesma, isto é, fora do idealizado, já Kant admitia a existência de uma coisa-em-si que está fora do idealizado, mas que a tal coisa-em-si nós também não temos acesso algum, daí Schopenhauer irá dizer que esta coisa-em-si é a vontade que foi desprezada, ou não notada, ou simplesmente admitida como uma das representações pelos seus antecessores.
Somente vontade e representação são fundamentalmente diferentes na medida em que constituem o contraste básico de todas as coisas no mundo sem deixar nada para trás. A coisa representada e a representação desta são o mesmo; mas apenas a coisa representada, não a coisa-em-si. A última é sempre vontade, qualquer seja a forma na qual aparece na representação. (Schopenhauer, Fragmentos sobre a história da Filosofia)
Aqui ele irá fazer diferença entra coisa representada e coisa-em-si, ou, pode-se considerar que ele introduz dentro da investigação filosófica uma nova coisa-em-si que será em sua filosofia a chamada vontade.
A fonte do problema para Schopenhauer é basicamente a falta de conexão entre o ideal e o real, pois ninguém até o momento teria encontrado uma solução sem recorrer a soluções teístas, e é esse afastamento dogmático teísta judaico que o faz admirar Kant e considerar-se seu sucessor.
Para Schopenhauer muito na filosofia de Berkeley é de “compreensão verdadeira e profunda” chegando a considerá-lo o pai do idealismo, porém para ele Berkeley também “não sabia como encontrar o real”, mas veremos que na filosofia de Berkeley o real não é objetivo a ser alcançado e sim a ser negado, pois o real em Berkeley estará o representativo, ele não procura unir ou relacionar ideal e real, mas provar a impossibilidade do material em si por não podermos avançar além das nossas ideias, considerando como existência real os seres que conhecem e desejam. Schopenhauer está convencido acerca dessa representação fenomenológica ou ideal de mundo, mas simplesmente não aceita – por opinião – a separação dualística entre subjetividade e objetividade. (Davi Gadelha -3º ano)
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