No país em que um Juiz de Direito Federal faz teste drive com bens apreendidos de milionário trapaceio, ninguém pode culpar políticos por corrupção. Mas, com um alargar de nossa percepção de mundo, entenderemos que em todas as esferas da sociedade e em todos os lugares, somos corruptos. Do particular ao geral somos corruptos e corruptores inatos. Portanto, a moral que se mostra é antagonismo daquilo que é, em subjetivo, mal. "Não existe nenhum justo" já afirmava um dos escritores bíblico, palavras que remetem a uma condição decadente com vistas a uma santa moral utópica para a prática humana. Com efeito, tanto a religião, a política, as leis, as academias, etc, são entidades fracassadas, que, só fazem alimentar a imoralidade no ajuntamento de seus pares. Se a moral depende de um coração puro, ela jamais, poderá obter sua plena expressão em ato, ao que se nos apresenta como mera potência atrofiada em sua própria concepção.
É necessário, pois, esforçarmo-nos em dirigir o nosso frágil olhar para um além-mundo, para um suprassensível que possa ser diferente de nós, onde o conceito de perfeição e santidade possa ser aplicado sem restrições, para que, apenas assim, possamos sonhar com uma redenção, com uma restauração, com uma possibilidade de existência real, longe da aparência do que jamais seremos neste mundo.
Apenas na ideia de um Legislador que nos julgue, não como pensava Kant e alguns autores bíblicos, mas como verdadeiramente somos, incapazes de realizar o bem e amar o que é bom, é que podemos ter esperança, não no legislar de um Ser Supremo em detrimento de nossas meras ações de uma ética simbólica, mas na efetivação de uma santidade atributivamente imputada. Sem isso, estamos fadados ao fracasso eterno, a uma existência de meras falsidades, de confianças vãs em nós mesmos.
Davi Gadelha Pereira.
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